A DANÇA
A história nos conta que a origem da dança clássica indiana se deu juntamente com o surgimento do teatro clássico indiano através de uma escritura chamada Natya Shastra.
Natya é a junção de drama (atuação), música e dança; Shastra quer dizer "escritura". É dito que o Natya Shastra foi composto pelo próprio deus Brahma, o senhor da criação, e que, para sua composição, foram extraídos textos dos quatro Vedas. Por tal motivo, o Natya Shastra também é chamado de Natya Veda, já que, para confeccionar o Natya Shastra, Brahma incorporou todas as artes e ciências que havia nos Vedas. Do Sama Veda, ele retirou a música; do Rig Veda, a poesia e a prosa; do Yajur Veda, o gestual e a maquiagem; e, finalmente, do Atharva Veda, a representação dramática.
Originalmente, a dança era apresentada dentro dos templos em uma sala especialmente construída e chamada de Natyamandapa.
Era executada por mulheres chamadas de Devadasis.
Deva significa Deus e dasi, serva: portanto, a dança era considerada uma oferenda aos deuses, assim como a comida, as flores etc.
Os Deuses criaram a dança como um instrumento para entretenimento. Mais tarde, com o propósito de agradar os deuses, os seres humanos passaram a representar as histórias e as glórias dos deuses. Deste modo, começou o ciclo de celebração manifestada no alegre abandono do movimento e da música. Durante um período de aproximadamente dois milênios, a dança na Índia adquiriu um conjunto gramático, o qual levou a uma certa codificação da técnica. Deste modo, foram plantadas as sementes do celebrado tratado de Bharatha Muni, o Natya Shastra.